domingo, 1 de março de 2020

SUBSIDIO PARA GRUPOS DE REFLEXÃO DO EVANGELHO - II DOMINGO DA QUARESMA - ANO A - 2020

Descrição: Resultado de imagem para iniciação à vida cristãARQUIDIOCESE DE FORTALEZA
Região Episcopal Metropolitana Sagrada Família.
PARÓQUIA JESUS, MARIA E JOSÉ – GUAIÚBA
GRUPOS DE REFLEXÃO DO EVANGELHO

TEMA: DO TABOR AO CALVARIO – 2º DOMINGO DA QUARESMA – ANO: A - 2020

ACOLHIDA: Irmãos e irmãs, neste dia do Senhor e no tempo da Quaresma, a Liturgia transforma este lugar em que estamos no monte Tabor. Com os apóstolos, chegamos até aqui para experimentar a manifestação gloriosa do Senhor. Tendo vencido as tentações, o Senhor, transfigurado, revela sua identidade de Filho de Deus. É essa também a nossa identidade concedida pela graça do Batismo. Rendamos graças ao Pai, por Jesus, na força do Espírito Santo.

CANTO
- Senhor eis aqui o teu povo,/ que vem implorar teu perdão;/ é grande o nosso pecado, porém é maior o teu coração.
- Sabendo que acolheste Zaqueu, o cobrador, e assim lhe devolveste tua paz e teu amor, também, nos colocamos ao lado dos que vão buscar no teu altar a graça do perdão.
- Revendo em Madalena a nossa própria fé, chorando nossas penas diante dos teus pés também, nós desejamos o nosso amor te dar porque só muito amor nos pode libertar.
- Motivos temos nós de sempre confiar, de erguer a nossa voz, de não desesperar, olhando aquele gesto que o bom ladrão salvou, não foi, também, por nós, teu sangue que jorrou?

INVOCAÇÃO A SANTÍSSIMA TRINDADE

INVOCAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO
- A nós descei, Divina Luz!/ A nós descei, Divina Luz!/ Em nossas almas acendei/ O amor, o amor de Jesus!/ Em nossas almas acendei/ O amor, o amor de Jesus!
1. Vinde, Santo Espírito, e do céu mandai/ Luminoso raio, luminoso raio!/ Vinde, Pai dos pobres, doador dos dons/ Luz dos corações, luz dos corações!
2. Grande defensor, em nós habitai/ E nos confortai, e nos confortai!/ Na fadiga, pouso; no ardor, brandura/ E na dor, ternura, e na dor, ternura!

ORAÇÃO
Ó Deus, que nos mandastes ouvir o vosso Filho amado, alimentai nosso espírito com a vossa palavra, para que, purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão da vossa glória. Por N.S.J.C.

PREPARAR PARA ESCUTAR A PALAVRA
O segundo domingo da quaresma tem sempre como evangelho a narrativa da transfiguração, como se a Igreja quisesse nos lembrar que a quaresma tem como finalidade a páscoa, antecipada para os 3 apóstolos na transfiguração; ou ainda, que todo deserto quaresmal em vista da conversão (evangelho do I domingo) tem por fim a nossa transfiguração, viver como ressuscitados. A passagem do Tabor é antecedida por dois momentos importantes: Jesus anuncia a sua paixão e ressurreição que acontecerá em Jerusalém (cf. Mt 16,21) e fala abertamente que seus discípulos autênticos precisam escolher o mesmo caminho (cf. Mt 16,24-26). Para quem esperava um reino messiânico político isso é um grande escândalo, tanto é que Pedro repreendeu o Mestre (cf. Mt 16,22-23). Depois destas duas revelações os discípulos devem ter ficado muito abalados, sob o peso da paixão que se aproximava. Ao narrar a transfiguração parece que o autor quer ensinar que o sofrimento que se aproxima é passagem necessária para a alegria da ressurreição.

SALMO 32(33)
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, / venha a vossa salvação!
1. Pois reta é a palavra do Senhor / e tudo o que ele faz merece fé. / Deus ama o direito e a justiça, / transborda em toda a terra a sua graça.
2. Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem / e que confiam, esperando em seu amor, /para, da morte, libertar as suas vidas / e alimentá-los quando é tempo de penúria.
3. No Senhor nós esperamos confiantes, / porque ele é nosso auxílio e proteção! / Sobre nós, venha, Senhor, a vossa graça, / da mesma forma que em vós nós esperamos!

ESCUTAR E MEDITAR A PALAVRA
O Evangelho relata a transfiguração de Jesus. Recorrendo a elementos simbólicos do Antigo Testamento, o autor apresenta-nos uma catequese sobre Jesus, o Filho amado de Deus, que vai concretizar o seu projeto libertador em favor dos homens através do dom da vida. Aos discípulos, desanimados e assustados, Jesus diz: o caminho do dom da vida não conduz ao fracasso, mas à vida plena e definitiva. Segui-o, vós também.

ACLAMAÇÃO AO SANTO EVANGELHO
- Toda palavra de vida é Palavra de Deus/ Toda ação de liberdade é a Divindade agindo entre nós/ É a Divindade agindo entre nós.
- Boa nova em nossa vida, Jesus semeou/ O Evangelho em nosso peito é prova de amor. (bis)
- Todo grito por justiça que sobe do chão/ É clamor e profecia que Deus anuncia para a conversão/ Que Deus anuncia para a conversão.

LEITURA DO EVANGELHO – Mt 17, 1-9

REFLEXÃO
- O que o texto diz para mim, hoje?
- O que o texto me leva a dizer a Deus?
- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?

APROFUNDANDO A PALAVRA
A) Na trans­figuração relatada no Evangelho de Mateus, a passagem-chave é a exortação dirigida aos três discípulos: Pedro, Tiago e João. Uma expressão/exortação que do passado reverbera com força, atravessando tempo e espaço, e nos alcançando com igual intensidade: “Escutai-o”. Na Quaresma se faz necessário abrir os ouvidos para escutar com verdadeira atenção. Não se fazem discípulos que fecham os ouvidos às palavras de seu mestre. Todo discípulo é primeiramente, de fato e de verdade, um ouvinte. Todavia, é necessário também ouvir os outros.

B) Não vivemos isolados em ilhas. Somos seres relacionais e, do ponto de vista cristão, vivemos em comunidades. Tudo leva a considerar o outro como alguém que possibilita o diálogo: falamos e ouvimos a ­ fim de construir verdadeira humanidade. Temos grande facilidade de ouvir os meios de comunicação, discursos os mais diversos, até mesmo alguma música. Não temos, porém, a mesma facilidade para escutar alguém. Uma multidão de sons pode povoar nosso interior, desde que não sobre espaço aos sons de irmãos e de irmãs.

C) Transformamo-nos em consumidores de ruídos e, negando os sons da fraternidade, esvaziamo-nos de nós mesmos. Escutar Jesus dentro de nossos próprios contextos é o maior dos nossos desa­fios. Acolher a palavra de Jesus requer tempo e qualidade de tempo. Caso contrário, corremos o risco de confundir os ruídos do cotidiano com a voz do nosso Mestre.
Jesus sobe à montanha para viver uma experiência inusitada. Lá, diante dos olhos estarrecidos dos três discípulos, transfi­gura-se.

D) Suas vestes são mudadas e passam a se parecer com aquelas dos mártires (cf. Ap 3,15-18). No entanto, para além da trans­figuração, aparecem também Elias e Moisés. A presença deles vem con­firmar o caminho de Jesus na direção do conflito ­ final. Tal presença aponta que a missão do Mestre não é marcada pela neutralidade. Contrariamente a essa percepção, sua vida transcorre num caminho marcado pelo conflito e, no conflito, assume uma posição de solidariedade às vítimas que o conduzirá inevitavelmente à morte.

E) Todavia, a missão de Jesus não era a mesma de Pedro. Quantas e quantas vezes nossas visões e interesses se distanciam do projeto de Jesus? Pedro, diante da experiência fantástica, pensa que o alto da montanha é o melhor lugar para permanecer. Sente o desejo de fazer tendas, estabelecer-se ali mesmo e vivenciar a vida cristã como se fosse um eterno retiro, longe do barulho das pessoas, das cidades e vilas. Um ambiente ideal para viver de contemplação.

F) Ele, porém, ouvia tão somente a própria voz. Tinha um projeto pessoal que se distanciava muitissimamente do projeto de Jesus. Quando ouvimos a própria voz, deixamos de ouvir a voz de Deus. Nesse sentido, os ruídos que nos atrapalham não são somente externos, mas também internos. Descer a montanha será, para os discípulos, muito mais difícil do que subir.

G) Eles se acostumariam facilmente com a zona de conforto proporcionada pela experiência religiosa e da experiência ficariam reféns. Transformariam a vida de Cristo numa experiência intimista e desconectada da realidade conflituosa. Entretanto, fazia-se necessário descer a montanha. É justamente em meio ao povo que se vive e se faz missão. Jesus bem sabia que a boa notícia não poderia ficar escondida. Descer a montanha traz o sentido de fazer o caminho para dentro da realidade.

H) Toda a mensagem de Jesus nasce da realidade política, social, econômica e religiosa. Ele jamais nega a realidade, pois vive para transformá-la. Nesse caso, o cotidiano é o espaço privilegiado da sua atuação. Ele podia, até mesmo, por breves momentos, subir montanhas. Suas raízes e missão se encontravam, contudo, no meio do povo. Pedro, como porta-voz de seus companheiros, é apresentado como carente de inteligência. Ele traz no coração o desejo de reter permanentemente a revelação da glória celeste. Pode-se dizer que, na perspectiva humana, esse é um desejo compreensível, mas se contrapõe ao chamado dos discípulos ao seguimento de Jesus pelo caminho da cruz.

I) Eles experimentam uma antecipação da bem-aventurança celestial e por isso dizem: “É bom estarmos aqui” (v. 4). Pedro pensava segundo a perspectiva do triunfo. Imaginava um Cristo vitorioso para vitoriosos. A lógica da vitória impedia o apóstolo de se ver adequadamente e, por isso, sua proposta parecia querer desviar Jesus de seu trajeto de solidariedade com as vítimas da história. Jesus, por sua vez, constrói seu itinerário pessoal e teológico à luz da solidariedade com os pequeninos, mesmo que, para isso, a consequência seja se tornar vítima do Império Romano, como tantos outros do seu povo já haviam sido.

ORAÇÃO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE
Deus, nosso Pai, fonte da vida e princípio do bem viver, criastes o ser humano e lhe confiastes o mundo como um jardim a ser cultivado com amor./ Dai-nos um coração acolhedor para assumir a vida como dom e compromisso./ Abri nossos olhos para ver as necessidades dos nossos irmãos e irmãs, sobretudo dos mais pobres e marginalizados./ Ensinai-nos a sentir verdadeira compaixão expressa no cuidado fraterno, próprio de quem reconhece no próximo o rosto do vosso Filho./ Inspirai-nos palavras e ações para sermos construtores de uma nova sociedade, reconciliada no amor./ Dai-nos a graça de vivermos em comunidades eclesiais missionárias, que, compadecidas, vejam, se aproximem e cuidem daqueles que sofrem, a exemplo de Maria, a Senhora da Conceição Aparecida e de Santa Dulce dos Pobres, Anjo Bom do Brasil.
Por Jesus, o Filho amado, no Espírito, Senhor que dá a vida.
Amém!

PAI NOSSO

HINO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE
- Deus de amor e de ternura, contemplamos/ Este mundo tão bonito que nos deste/ Desse dom, fonte da vida, recordamos/ Cuidadores, guardiões tu nos fizeste
- Peregrinos, aprendemos nesta estrada/ O que o bom samaritano ensinou/ Ao passar por uma vida ameaçada/ Ele a viu, compadeceu-se e cuidou
- Toda vida é um presente e é sagrada/ Seja humana, vegetal ou animal/ É pra sempre ser cuidada e respeitada/ Desde o início até seu termo natural
- Tua glória é o homem vivo, Deus da vida/ Ver felizes os teus filhos, tuas filhas/ É a justiça para todos, sem medida/ É formarmos, no amor, bela Família
- Mata a vida o vírus torpe da ganância/ Da violência, da mentira e da ambição/ Mas também o preconceito, a intolerância/ O caminho é a justiça e conversão




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