Conhecedores dessa verdade, os católicos guaiubanos que iniciaram sua devoção a
Sagrada Família em meados do século XVIII, logo após a construção da primeira
capela da cidade, afincaram a frente do pequeno templo uma cruz de madeira de
lei oriunda da serra da Aratanha. Segundo o Padre José Edilson Campos[1] o responsável pela fixação do cruzeiro da
matriz no local onde se destaca até os dias atuais foi o Senhor Custódio
Teixeira Gonçalves, proprietário do Sítio Corte (local onde se localiza o
conhecido açude da serra), o mesmo tirou o pau para o cruzeiro do Sítio Alpes,
do Senhor João Mendes. Juntou oitenta homens que transportaram o pau para
Guaiúba em noite de lua, com o Sr. Custódio montado em cima, o povo dando vivas
ao Sr. Custódio e Custódio dando vivas a Jesus, Maria e José.
O antigo cruzeiro fora trocado
pelo atual no paroquiato de Padre Vicente Moraes dos Santos, que teve a frente
da campanha para a sua aquisição o grupo Apostolado da Oração. O cruzeiro atual
não demonstra tanta nostalgia como o antigo. É um aparato mais suntuoso, porém
veio apagar um pouco das memórias dos guaiubanos que vivenciaram diversos
aspectos de sua história tendo como palco a Igreja Matriz e seu patamar,
resplandecentes com aquele belo símbolo que unido a paisagem pitoresca do lugar
nos fazia refletir acerca de nossas ações cotidianas, além de nos prender um
pouco ao nosso passado. A próxima foto e comentário que será divulgado fará
referência a Imagem da Sagrada Família existente na Igreja Matriz.
Antônio Carlos Sales Paiva
[1] Pe. Dr. José Edilson Campos
e Silva, nasceu a 11 de julho de 1915, na cidade de Pacatuba-CE, filho de João
de Deus e Silva e de Jesudina Campos e Silva. Ordenou-se em Roma à 27 de
novembro de 1938. Paroquiou Pedra Branca, Itapipoca, Cascavel e Pacatuba.
Nomeado em 30 de janeiro de 1954, Capelão da Polícia Militar do Ceará, por ato
do Exmo. Sr. Governador do Estado Stênio Gomes da Silva (1954-1956). Foi
Professor da Faculdade de Filosofia do Ceará. Esses fatos foram descritos por
Padre Edilson em uma seção do Jornal Correio do Ceará intitulada de crônicas
pacatubanas.
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