sábado, 2 de outubro de 2021

FÁBULAS

 

Do Latim, Fábula significa “história, jogo ou narrativa”. Enquanto gênero discursivo, é desenvolvida a partir dos elementos essenciais característicos dos tipos de textos narrativos, como personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante), narrador (personagem, observador ou onisciente), foco narrativo (1º ou 3º pessoa), tempo (cronológico ou psicológico) e espaço (onde acontece a história).

Com relação às características do gênero fábula, podemos dizer que se trata de uma composição literária em prosa e, de maneira geral, bastante breve. Os personagens das fábulas são animais que se personificam, ou seja, adquirem características dos seres humanos.

É relevante destacarmos que existem outros gêneros discursivos narrativos bastante próximos à Fábula, diferenciando-se apenas com relação aos tipos de personagens que aparecem nos textos, como é o caso do Apólogo (objetos, seres inanimados e partes do corpo de seres vivos) e da Parábola (apenas seres humanos).

Com relação ao público infantil, a fábula representa um importante espaço para a disseminação de valores essenciais às relações sociais, como ética, amizade, respeito às diferenças, humildade, generosidade etc. Por essa razão, podemos dizer que as fábulas são textos bastante eficientes no que se refere aos aspectos didático-pedagógicos, já que abordam conflitos inerentes à vida dos seres humanos em sociedade de maneira lúdica.

Outra característica que torna a fábula um gênero discursivo bastante didático-pedagógico é a explicitação da “Moral da história”, que é uma interpretação ou análise breve a respeito da história, sendo geralmente exposta após o desfecho da narrativa. É importante ressalvar que nem todas as fábulas apresentam a “Moral da história” ao final.

Muitos estudiosos acreditam que as primeiras Fábulas tenham sido criadas oralmente, no século 6 a.C., por um escravo da Grécia Antiga chamado de Esopo. Grande parte das fábulas de Esopo é conhecida, sobretudo, em virtude das contribuições de Jean de La Fontaine, um escritor francês que se dedicou a passar para o papel as histórias de Esopo, eternizando-as.

 

LEITURA

 

TEXTO: A ASSEMBLEIA DOS RATOS

Certa vez os ratos reuniram-se em assembleia para encontrar um jeito de se livrar das garras do gato que morava na vizinhança. Foram muitas as propostas, mas nenhum parecia resolver o problema. Até que é uma ratazana esperta teve a ideia: 

- E se nós amarrássemos o ensino no pescoço do gato? Quando ele estiver se aproximando nós ouviremos sino e fugiremos a tempo.

A proposta foi aplaudidíssima por todos os presentes.

- Muito bem, agora só resta escolher quem entre nós vai amarrar o sino no pescoço do gato.

Os ratos foram saindo de fininho, com as desculpas mais esfarrapadas:

- Eu não sei da laço.

- Eu sou canhoto.

- Eu não enxergo muito bem.

Até que não sobrou nenhum na sala.

 

Moral: Falar é fácil, fazer é que são elas.

Ivana Arruda Leite. Fábulas de Esopo. São Paulo: Escala Educacional, 2004, p.22.

 

EXPLORAÇÃO DO TEXTO

 

01. Você sabe que a fábula tem o objetivo de retratar aspectos próprios do comportamento humano e de apresentar um ensinamento moral, levando o leitor a uma reflexão.

a) Que ensinamento essa fábula transmite?

b) A que tipo de público você acha que uma fábula é destinada? Por quê?

02. Os personagens das fábulas geralmente apresentam características humanas. A raposa, por exemplo, quando aparece em uma fábula, costuma ser astuta, esperta. Qual é a principal característica dos ratos e a principal característica do gato a fábula?

03. Nas fábulas, quando as indicações de tempo e lugar aparecem, elas são imprecisas, indeterminadas. Esse recurso faz das fábulas “histórias que valem para sempre”, isto é, para qualquer época. Releia a fábula e explique de que forma é feita referência ao tempo e ao espaço.

04. Uma narrativa costuma apresentar no início uma situação de equilíbrio (tranquilidade, normalidade dos acontecimentos). Esse equilíbrio é interrompido por um acontecimento que gera um conflito, a partir do qual a história se desenvolve.

a) Nessa fábula, que acontecimento interrompe esse equilíbrio e gera conflito?

b) Os ratos encontraram solução para resolver esse conflito? Comente.

05. A moral de uma fábula pode aparecer, às vezes, sob a forma de um provérbio, ou seja, uma frase curta que expressa um ensinamento. Não se sabe ao certo quem inventou os provérbios, porque eles são criados pela sabedoria popular e transmitidos de geração a geração. Dentre os provérbios a seguir, marque aquele que comunica um ensinamento semelhante a moral da fábula “A assembleia dos ratos”.

A) Quem diz o que quer ouve o que não quer.

B) Quando o gato sai, os ratos fazem a festa.

C) Vai muito do dizer ao fazer.

D) Vão-se os anéis, ficam os dedos.

06. Observando a forma como a fábula foi narrada, ela apresenta narrador-personagem ou narrador observador? Justifique.

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário