domingo, 27 de junho de 2021

A IMAGEM DE NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS – HISTÓRIA E DEVOÇÃO

 

No ano de 1955, Guaiuba se desmembrou eclesiasticamente do município de Pacatuba, ganhando assim foros de paróquia sobre o orago de Jesus, Maria e José, padroeiros da capela mais antiga do então distrito, construída por volta de 1888, época em que o Ceará enfrentava uma seca desoladora. No dia 19 de março desse mesmo ano tomava posse o primeiro vigário da recém-criada paróquia, o jovem Padre Gerardo José Campos.

Padre Gerardo era um homem cheio de ideais e viu que Guaiuba tinha condições de progredir com o apoio de sua população. Contando com a colaboração de influentes personalidades do estado do Ceará e de ilustres filhos da terra, o jovem vigário começou a dar asas a seus sonhos. Sonhos esses que ganharam as páginas dos jornais da época que evidenciavam o frutuoso papel da igreja em meio a precária assistência do estado em um pequeno distrito do Ceará chamado Guaiuba.

Sendo um ser audaz funda no dia 11 de outubro de 1959, com a ajuda de guaiubanos,  o Patronato da Divina Providência e Escola Normal Rural de Guaiúba uma instituição educacional que atenderia os anseios humanísticos da juventude que até então não dispunha de equipamentos de transmissão de conhecimento, sendo que a maioria dos estudantes da época ou frequentavam as Escolas Reunidas de Guaiuba ou entravam em contato com as primeiras letras em salas de aula organizadas na casa de professoras que ofereciam serviços de acompanhamento pedagógico.  O prédio que abrigava a escola hoje é sede da Secretaria Municipal de Educação e de duas escolas da rede municipal de ensino.

                 O Patronato da Divina Providência era administrado pelas Irmãs de Caridade da Ordem das Filhas do Amor Divino, que além de garantirem uma educação diferenciada aos filhos dos trabalhadores guaiubanos, mantinham com eles uma vida de oração. Por volta de 1962, Padre Gerardo, então diretor da instituição, com a ajuda da Ação Social, Rural e Paroquial de Guaiuba resolve construir uma área de lazer na escola: uma pequena praça arborizada, tendo ao centro, em um belo pedestal a imagem de Nossa Senhora das Graças. De acordo com depoimentos de eis alunos do Patronato, todas as segundas-feiras, sob a orientação das irmãs, os alunos recitavam o terço diante da imagem da santa.

Na administração do diretor Professor Antônio Ribeiro, quando a época a Escola era denominada de Centro Educacional Manuel Baltazar, a imagem ganhou um lugar singular. Com a revitalização da praça foi construída uma gruta que deu a imagem uma melhor proteção, o que chamou a atenção de alguns homens e mulheres de fé, que diariamente se dirigiam a imagem para realizar suas orações. Ações essas que ainda acontecem. Podemos citar ainda que anualmente acontece a procissão da luz que se inicia na gruta e segue em direção a Capela de Santa Luzia onde é celebrado o tríduo em honra a Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.

Hoje, graças a iniciativa da Professora Maria do Socorro Albuquerque, que contou com o apoio de devotos de Nossa Senhora da Graça, a gruta foi reformada e a imagem restaurada. Não sabemos ao certo a origem da imagem, pois não consta no livro de tombo da paróquia nenhum registro referente a ela. Talvez as detentoras desses registros tenham sido as irmãs de caridade, na sua maioria oriundas da cidade de Assu, no Rio Grande do Norte ou estão acalentados em algum arquivo do nosso estado, escritos em letras bordadíssimas nos antigos relatórios de atividades escolares anuais que eram comuns serem organizados pelas escolas naquela época para serem enviadas as superintendências de ensino.

 






















 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário