sábado, 1 de fevereiro de 2020

MENSAGEM DE AGRADECIMENTO AO PADRE JOÃO BATISTA AIRES PELO TRABALHO DESENVOLVIDO NA PARÓQUIA JESUS, MARIA E JOSÉ AO LONGO DE 10 ANOS

UM LEGADO DE AMOR E DEDICAÇÃO – UMA AMIZADE CONSTRUÍDA EM BASES SÓLIDAS

Mais um sacerdote encerra seu ciclo Missionário na Paróquia Jesus, Maria e José. Essa paróquia que sempre foi laboratório para sacerdotes recém ordenados e que aqui tiveram a oportunidade de experienciar por excelência como se conduz com maestria o rebanho de Cristo. Todos os que por aqui passaram semearam sementes de amor, foram exímios pregadores, foram grandes mestres e tiveram suas atividades conduzidas pela ação do Espírito Santo de Deus, com o apoio de todos nós paroquianos, buscando sempre colaborar com o crescimento espiritual do povo a quem conduziam.
Hoje damos um até logo ao Padre João Batista Aires,  até logo sim, pois não podemos falar aqui em despedida, ele vai pastorear um rebanho bem próximo de nós e quando a saudade bater daremos um pulinho lá para sorrirmos, para trocar experiências pastorais, ou até colaborar na condução de seus novos trabalhos pastorais. A palavra chave que é de fato centralidade na noite de hoje é gratidão. Agradecer a Deus por ter nos dado a oportunidade de conviver com uma pessoa extraordinária, um pastor do povo, que nunca mediu esforços quando o assunto era resgatar vidas, conquistar de forma extrovertida suas ovelhas desgarradas.
Quantos momentos bons se eternizarão - a festa do Santo Cruzeiro, o pedala juventude, os grandes retiros, a festa da Sagrada Família,  a missa com as crianças,  o movimento dos Focolares,  os grupos de reflexão do evangelho, as celebrações dos sacramentos que por sua organização marcariam a vida de quem os recebia, o jubileu de diamante da Paróquia,  o carnaval com Cristo,  a festa de Pentecostes,  as belas coroações,  a mudança de horário da missa da manhã,  a evangelização através das ondas do rádio,  a galeria constando as fotografias dos eis padres, tudo isso são marcas indeléveis de um paroquiato marcado pela doação e compromisso para com as coisas do alto.
Um outro ponto ímpar de seu paroquiato diz respeito a autonomia que o senhor sempre reservou as lideranças das comunidades, além da confiança. E a preocupação de cada um de nós, líderes de comunidade, era não decepcioná-lo.
Agradecemos também pelas grandes exortações – orientações que nos edificaram e nos tornaram pessoas diferentes no ambiente familiar, no ambiente de trabalho e principalmente em meio a comunidade a qual liderávamos. Ensinar-nos a amar o próximo foi uma de suas grandes metas, além de nos encorajar a sermos grandes missionários em todos os locais que frequentássemos.
E a Casa Paroquial sempre foi nosso refugio – a casa do aquecimento, do acolhimento. A casa das reuniões, dos desabafos pastorais, dos puxões de orelha. Pouco usávamos os outros ambientes da paróquia para nos reunirmos, pois para o senhor aquele espaço era por excelência o local propicio para o pastor acolher e conduzir com coerência suas ovelhas e assim enviá-las para o meio dos lobos ou dos mansos cordeiros.
Não podemos esquecer de mencionar aqui a atenção dada a juventude, pois sendo um pastor jovem sentia a necessidade de ter ao seu lado pessoas também jovens. E os frutos já começam a ser colhidos – jovens mais conscientes do seu papel no mundo, jovens mais espiritualizados, jovens que hoje apresentam um olhar diferenciado sobre o que é ser jovem, sobre o que é curtir com responsabilidade essa fase de descobertas. Quantas orientações foram dadas. E a igreja só será jovem quando o jovem for igreja – essa foi a sua bandeira de luta.
O seu dom para com a música também nos marcou. Cantas com entusiasmo, fazendo-nos sentir a presença de Deus em nosso ser. Jamais esquecermos as novenas direcionadas pelo senhor durante a Festa do Santo Cruzeiro. O Te Deum Laudamus, os cânticos a Maria, o hino do Santo Cruzeiro e do Menino Deus, os hinos voltados ao amor e a missionariedade se eternizarão.
Ocupando um cargo de liderança no município, enquanto diretor de escola pública, sempre fiz valer em nossa convivência a empatia. Sabia muito bem o que agradava e desagradava os grandes líderes e muitas vezes sofri calado para não lhe preocupar,  para não tirar o foco de sua atenção que era nos orientar e evangelizar o povo de Deus. Talvez esse fato colaborou para que tivéssemos um relacionamento harmonioso, sem conflitos, sem  desagrados.
Sentirei saudades das mensagens no watsap - Sei que vc está muito cansado da festa da Sagrada Família, mas como está a organização da Confraternização do Conselho Pastoral. Ei posso colocar em caixa comum o dinheiro que resta da festa do Santo Cruzeiro? Ou ainda. Vc já providenciou as fotografias e as molduras dos padres? Criatura tu esqueceu de organizar a Novena Missionária. Que horror. Essas chamadas só me edificaram,  pois via o quanto eu podia colaborar com a evangelização da minha paróquia,  mesmo cheio de responsabilidades e o quanto o senhor confiava em minha pessoa.
Diante disso aprendi muito e tenho plena convicção de minha missão em nossa paróquia. Hoje sinto-me melhor preparado para com a ajuda dos demais leigos dar continuidade com o novo pároco a esse grande legado que será deixado pelo senhor. E é parafraseando Paulo que aqui encerro minhas palavras Paulo exorta a igreja de Corintos nesta particularidade. Dizendo: “Pois, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o SENHOR deu a cada um? Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus” – (I Coríntios 3:5-9). Plantastes a semente, dela cuidou muito bem, ela deu frutos e nós os jardineiros de Deus cuidaremos para esses frutos permaneçam firmes na missão, afinal contamos com a cooperação divina – o Espírito Santo de Deus nos ajudará a conduzir todo o processo de evangelização em nossa paróquia. Um abraço fraterno. Considero o senhor como meu amigo e jamais esquecerei do apoio que me prestastes quando no meu leito de dor esteve velando e orando por mim. São nesses momentos que conhecemos os verdadeiros amigos.
Em plena recuperação, recebo uma visita do senhor que me revela o estado em que eu me encontrava e disse a impressão que teve. “Eu não sei se dava a extrema unção ou se ensaiava o discurso da missa de corpo presente”. Mas Deus preferiu me dar uma nova chance para colaborar com a continuidade do seu projeto de amor aqui na terra.
É graça divina começar bem. Graça maior é persistir na caminhada certa. Mas a graça das graças é não desistir nunca.

Antônio Carlos Sales Paiva
Coordenador Paroquial de Pastoral

Guaiuba-Ceará, 26 de Janeiro de 2020.

Nenhum comentário:

Postar um comentário