sexta-feira, 7 de setembro de 2018

HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE GUAIÚBA - PROFESSOR SINVAL LEITÃO FILHO

HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE GUAIÚBA

Guaiuba tem sua localização em plena Planície Costeira – antiga Mata Atlantica que se estende até os contrafortes da Serra de Baturité -, é enfeitada sobremaneira no sopé orográfico da Serra da Aratanha.
Distante de Fortaleza 29 km, dos limites e cerca de 42 km do centro do Distrito sede, Guaiuba pertence a Região Metropolitana de Fortaleza. Na toponímia traduzida pelo romancista José de Alencar, ostenta o belo título de “Por onde vêm as águas do vale”, enquanto, Aratanha significa “Bico de ave”, ou “Bico da Jandaia”. As origens guaiubanas remontam a épocas recuadas, antes mesmo de Pacatuba – município originador. Na época colonial em 08 de setembro de 1682 pelo Sistema Portugues de doação de Datta de Sesmaria, Guaiuba foi entregue aos donatários: Jorge Martins – Sargento Reformado; Manoel de Souza – Cabo de Esquadra e Francisco Dias de Carvalho – Assistente em Fortaleza. O doador foi Sebastião de Sá – capitão mor da Capitania do Ceará. No ano seguinte, seria Pacatuba entregue a outros donatários liderados por João Pinto Correia, e o doador: Capitão mor Bento de Macedo Faria, pelo mesmo Sistema de Sesmaria.
Pelo documento original o nome primitivo desta cidade foi Gayba, após Goyauba e daí Guaiuba (Tupy-Guarany). Os habitantes primeiros – Tamoios eram da linhagem etnológica Tupy. Existe um “vazio histórico” da data de doação até a chegada nestas plagas da figura de Domingos da Costa e Silva – O DOMINGÃO, citado pelo historiador Gustavo Barroso, que adquiriu o Sítio Rio Formoso e o Sítio Côrte, ficando assim, proprietário de toda a orla hidrográfica do Rio Guaiuba, desde o sopé da Serra da Aratanha até as proximidades da desembocadura do mesmo no Rio Pacoti. Domingão foi tio do famoso poeta pacatubano – Juvenal Galeno, o Beranger brasileiro. Tinha, segundo a tradição grande força física e moral. Foi também tio da esposa do Barão da Aratanha, José Francisco da Silva Albano, nascido a Rua Formosa, hoje Barão do Rio Branco, em Fortaleza, aos 21 de maio de 1830. Costa e Sila foi fundamental na formação primeira desta Comuna. Consta que foi o iniciador principal templo religioso da cidade – A Igreja Matriz sob o orago de Jesus, Maria e José (Padroeiro), inicialmente uma ermida de Taipa, tendo a frente uma cruz feita com madeira de lei oriunda da serra. Historicamente o templo tem data de conclusão no ano de 1885, quando outras famílias aqui se instalaram, principalmente a de João Correia Mendes, que foi, após a era Domingão, o mais importante proprietário local. Ao lado pontificava outros clãs: os Araújos, os Teixeira Lima, os Accioly, os Tristão Cavalcante, os Nocratos, os Pereira, os Moreira, os Valentim, os Rodrigues Ramos, etc. gradativamente, Guaiuba foi adquirindo a sua identidade atual, e, de memória, não sendo possível enumerar a todos, pedimos desculpas nesta despretensiosa e humílima pesquisa.
Ainda no que concerne a datas, podemos acentuar, dentro dos limites, é claro, que Guaiuba viveu entre inicio do Seculo XVII o período colonial, confundindo-se com o Brasil-Colônia, final desse século, a Doação, um vazio histórico até final do Século XVIII (1792) com a chegada dos Costa e Silva em Pacatuba e posteriormente em Guaiuba. No inicio do Século XIX, surgimento de proprietários latifundiários e primeiras famílias. Meados e final do Século XIX erguem-se os primeiros e históricos prédios públicos: 14 de junho de 1879 – Inauguração da Estação da Estrada de Ferro em Guaiuba; 28 de setembro de 1979, em Água Verde; 14 de março de 1880, a estação é inaugurada no Povoado de Baú; Igreja Matriz de Guaiuba, mais ou menos em 1885. No atual Século XX, desde seu início, o distrito sede, cresce de forma desordenada, diferenciando-se da cidade de Pacatuba, que foi devidamente arruada (desenhada), desde a posse do 1º gestor, o Cap. Henrique Gonçalves da Justa, em 26 de abril de 1873. Em 1930, segundo a tradição, foi instalado o Santo Cruzeiro na Praça do mesmo nome, e, em seguida, a consecução da Capelinha do Santo Cruzeiro. Em 19 de março de 1955, foi empossado o 1º vigário de Guaiuba, Padre Gerardo José Campos. Aos 11 de outubro de 1959, surge o então Centro Educacional Manuel Baltazar da CNEC – Manuel Baltazar. Em setembro de 1960, foi feito o recenseamento de Guaiuba como município. Depois, para surpresa geral Guaiuba continuou atrelada a Pacatuba. O processo foi arquivado na Assembleia Legislativa, com data de entrada desde 1956. O Sr. Wilson Fontoura, guaiubano que ama sua terra, tem cópias do processo referência. Em 1967 é inaugurada a luz da CHESF em Guaiuba. A partir de 1984/85, são feitas gestões visando a criação do Município. Na luta, engajaram-se primeiramente : Wilson Magalhães Fontoura e o advogado José de Deus Pereira Martins. Em seguida tivemos: Vereador Helder Eduardo Bezerra, Paulo Silveira Costa, Francisco Assunção Pereira, José Alves de Carvalho (Jacó), Promotor Antonio Fradique Accioly, entre outros. Em 15 de novembro de 1986, eleição do Plebiscito que daria foros de Município a Terra da Aratanha. 13 de março de 1987, é assinada a Lei 11.301,  pelo então Governador do Estado, Luiz de Gonzaga Fonseca Mota, criando Guaiuba – Município. A Lei tem dois artigos: o 1º, cria o Município; 0 2º, estabelece a constituição física: Água Verde e Itacima, Distritos; Povoados: Baú, Dourados, Carrapateira, Núcleo Pio XII, Tamboatá, Jatobá, etc. Limites – Norte: Pacatuba, Sul: Redenção, Leste: Pacatuba/Pacajus, Oeste: Palmácia/Maranguape. 17 de março, publicação no Diário Oficial do Estado da Lei oficializando o Município. 1º de janeiro de 1989, posse do 1º Prefeito: Advogado Antonio Carlos Torres Fradique Accioly. Eis, em síntese, alguns dados da terra que amamos, ela, “Por onde vêm as águas do vale”.


Professor Sinval Leitão Filho


MAPA DO MUNICÍPIO DE GUAIUBA




BRASÃO DO MUNICÍPIO DE GUAIÚBA





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